As Bifenilas Policloradas (PCBs) são moléculas cancerígenas presentes, principalmente, em equipamentos do setor elétrico. Desde 2009, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) trabalha em parceria com o Ministério do Meio Ambiente em projeto para gerir essa substância de maneira mais sustentável, além de fortalecer regulação para sua eliminação progressiva.
Nesse sentido, a agência da ONU e o ministério promovem em novembro e dezembro uma série de treinamentos em três empresas do setor elétrico como parte da iniciativa “Estabelecimento da Gestão de Resíduos de PCB e Sistema de Disposição”.
“O objetivo das capacitações (…) é elaborar o inventário parcial de PCBs para as três empresas, além de um plano de gestão e de ação para retirada de uso e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos contaminados”, explicou a assessora técnica do projeto, Lorenza Alberici.
O setor elétrico tem sido o foco das ações da iniciativa, que conta com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF). O objetivo é apoiar o controle e a eliminação dessas substâncias, atendendo à condição do país de signatário da Convenção de Estocolmo, de 2005.
Os treinamentos acontecem em 28 e 29 de novembro na Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF) em Recife (PE), em 1 e 2 de dezembro na Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL) em Curitiba (PR) e em 6 e 7 de dezembro na Eletrobras Amazonas Energia, em Manaus (AM).
Mesmo depois de o Brasil ter proibido o uso da PBC em 1981, ainda existem equipamentos com a substância no país. Isso se deve ao fato de que muitos equipamentos elétricos possuem uma vida útil de 40 a 50 anos, alguns de até 60 anos. Dessa forma, as máquinas mais antigas que ainda estão em funcionamento provavelmente carregam a PCB como fluido isolante.
Além disso, com a proibição do uso, muitas empresas do setor elétrico começaram a retirar a substância do interior de seus equipamentos. Porém, como os mesmos são dotados de estruturas absorventes, a limpeza das máquinas é um processo difícil e complexo. Caso resquícios permaneçam no equipamento, pode ocorrer a propagação da contaminação do novo líquido isolante.
A iniciativa do PNUD e do MMA pretende estimar a quantidade de PCB ainda existente no Brasil. Isso se fará por meio da aplicação da metodologia do “Guia do Inventário de PCBs para o Setor Elétrico”. Esse inventário preliminar permitirá estimar o número de equipamentos e o volume de óleo isolante contaminados pela substância.
Por serem nocivas à saúde e ao ambiente, as moléculas de PCBs precisam ser destruídas ou decompostas em outras substâncias mais facilmente degradadas e menos prejudiciais. Essa decomposição pode se dar de duas formas: pelo tratamento térmico, que consiste na queima controlada em altas temperaturas; ou por meio de reações químicas.
Entretanto, a implementação das metas de eliminação das PCBs estabelecidas pela Convenção de Estocolmo é um processo complexo, uma vez que as empresas que realizam a decomposição dessas substâncias ficam muito distantes das indústrias do setor elétrico.
A iniciativa do PNUD e do ministério tem como meta estabelecer um planejamento para a eliminação completa do uso dessas substâncias no nível nacional, levando em consideração o ano de 2025 como meta para a extinção total, respeitando assim a Convenção de Estocolmo.
Fonte: ONU Brasil
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