Em um momento marcado pela chamada ‘inovação disruptiva’, a sociedade precisa cada vez mais de modelos tributários que permitam acompanhar as novas modelagens de negócios, com mais transparência nas operações, simplicidade e sem criar ônus à atividade empresarial.
Essa foi a mensagem principal transmitida pelo presidente da Febrafite, Juracy Soares, em sua palestra na tarde desta quarta (30/5), no painel “A tributação do futuro e o papel do auditor fiscal”, no 3º Congresso Luso-Brasileiro de Auditores Fiscais e Aduaneiros, no terceiro e último dia de evento na cidade do Porto, em Portugal. Para ele, os auditores fiscais devem exercer o papel de protagonistas nesse processo e o Estado deve servir a sociedade, e não o contrário.
No campo da busca da qualificação, o tema vem se destacando nos fóruns da Febrafite. Soares ressaltou que esses conceitos de economias compartilhadas e novas tecnologias impactam diretamente o trabalho do fisco, pois se relacionam com o Estado e, portanto, precisam ser abordados pelos servidores. “Especialmente os das carreiras típicas de Estado, que devem ser indutores dessas mudanças para servir a sociedade”, disse o presidente.
Soares contextualizou o processo de mudança na evolução humana. Segundo ele, essa nova realidade está sendo marcada pelo fenômeno da “velocidade de mutação”, combinada a automação acelerada devido à combinação de inteligência fiscal, que combinada a automação que os novos softwares, que permitem com a criação de novos cruzamentos com bancos de dados.
Nesse novo ambiente, o contribuinte do futuro não estará mais preocupado com o sigilo fiscal, por exemplo, pois será de uma geração altamente vigiada pelas redes. Ele explicou que, trata-se de uma mudança que vai além de uma simples evolução profissional no campo do saber fazer: “Pensamos que essa nova gradação profissional tem a ver com a mudança de configuração mental, que reposicione o auditor fiscal como um executivo de gestão fiscal, em vez de um executor de ações fiscais.”
Ao final, o presidente surpreendeu a todos. Ele ressaltou que, apesar de todas as mudanças nos ambientes profissionais, modelos de negócios, provocados pelos avanços tecnológicos, nenhuma máquina será capaz de superar a capacidade criativa dos seres humanos, fator essencial para superar essa fase da evolução na história da humanidade.
O painel também contou com as palestras da professora universitária Eva Dias Costa, da UPT – Universidade Portucalense, dos advogados Eduardo Castro Marques e Gonçalo Cerejeira Namora e da professora e pesquisadora da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Lídia Maria Ribas.
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