Por Pnud Brasil
Hoje, mais do que nunca, a maioria das pessoas vive mais, tem mais anos de estudo e acessa a mais bens e serviços em todo o mundo. No entanto, persistem desigualdades, incluindo a desigualdade de gênero. A conclusão tem como base o estudo Indicadores e Índices de Desenvolvimento Humano: Atualização Estatística 2018, lançado mundialmente nesta sexta-feira (14/9) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A nível global, os padrões de vida variam amplamente entre regiões e grupos populacionais, ainda que tenham apresentado melhora nos últimos 30 anos. Além disso, o progresso não é linear, e crises podem reverter ganhos. O documento – que divulgou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para 189 países – levanta a necessidade de se pensar na qualidade e sustentabilidade do desenvolvimento humano.
IDH do Brasil apresenta leve crescimento em relação a 2016
Em relação a 2016, o Brasil apresentou melhora de 0,001 no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no valor de 0,759, e no ranking mantém a posição 79 entre 189 países. Na América do Sul, o Brasil é o 5º país com maior IDH. Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela aparecem na frente. Teve o quarto maior crescimento no IDH na região entre 2010 e 2017, ao lado do Equador. Entre 2012 e 2017 o país subiu 7 posições no ranking.
A taxa anual de crescimento do IDH entre 1990 e 2017 foi de 0,81%. No mesmo período, os brasileiros ganharam 10,4 anos de expectativa de vida e viram a renda aumentar 28,6%. Na educação, a expectativa de anos de escolaridade para uma criança que entra no ensino em idade escolar aumentou 3,2 anos, e a média de anos de estudos de adultos com 25 anos ou mais subiu 4 anos.
Índices mostram que desigualdade persiste
No IDH ajustado à desigualdade – um método que relativiza o desenvolvimento humano em função da diferença entre os mais e menos abastados de um país – o Brasil é o 3º país da América do Sul que mais perde no IDH devido ao ajuste realizado pela desigualdade, ficando atrás do Paraguai (25,5%) e da Bolívia (25,8%). Em relação ao Coeficiente de Gini (2010-2017) – instrumento que mede o grau de concentração de renda em determinado grupo e aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos – o Brasil possui o 9º pior valor do mundo (51,3).
Baixa participação política e econômica das mulheres derruba índice de igualdade
O documento detalha também a realidade das mulheres brasileiras, desagregando o IDH por gênero e avaliando saúde reprodutiva, empoderamento e atividade econômica feminina.
No Brasil, o IDH dos homens fica em 0,761 e o das mulheres em 0,755. Apesar de as mulheres terem melhor desempenho na dimensão educação e longevidade que os homens, a renda das mulheres (em RNB per capita) é 42,7% menor que a dos homens: 17,566 para os homens contra 10,073 para as mulheres.
Já o Índice de Desigualdade de Gênero avalia desigualdades em três dimensões sensíveis à questão de gênero: saúde reprodutiva, empoderamento e mercado de trabalho. O Brasil ocupa a 94ª posição, com valor de 0,407.
Vale ressaltar que o país com menor IDH do mundo tem mais mulheres com assento no Parlamento do que o Brasil. O Brasil apresenta 11,3%, enquanto o Níger tem 17%.
Clique aqui para acessar os gráficos “Tendências do IDH do Brasil com base em dados de séries temporais consistentes” e “Índice de Desigualdades de Gênero 2017”.
*O Índice de Desenvolvimento Humano é um indicador que vai de zero a um. Quanto mais próximo de um, maior o desenvolvimento humano. O índice mede o progresso de uma nação a partir de três dimensões: renda, saúde e educação.
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