O ex-governador do Ceará e vice-presidente do PDT Nacional, Ciro Gomes ministrou a conferência de abertura do 11º Congresso Nacional e 6º Internacional da Febrafite que acontece de hoje e vai até quarta-feira, dia 14, no Hotel Gran Marquise.
Ciro Gomes iniciou com uma avaliação do quadro sócio, político e econômico brasileiro. Para ele, apesar de ser um velho lutador na vida política não é uma tarefa simples, pois nunca viu convergirem tantas e tão pesadas nuvens sobre a sociedade brasileira como as de hoje.
Para ele, o cenário atual é de colapso da política. A linguagem da democracia pela primeira vez é vista por ele como uma crise sem bastidor. “A política precisa se exercitada para além das páginas dos jornais e de uma conversa franca entre adversários, além de ter limites, precisa ter valores e premissas. ”
Para o político, o judiciário e o Ministério Público estão fazendo política e as franquias democráticas estão sendo todas jogadas na lata do lixo. “O rito democrático é desprezado diariamente por todas as autoridades, especialmente pelas que deveriam zelar pela lisura e sanidade”, disse.
Ciro destacou que o Brasil adia para o futuro o enfrentamento político de construir um nível “doméstico de capital”, suficiente para sustentar nossas necessidades e vontade de crescimento. “Hoje, a formação bruta de capital do Brasil voltou a patamares ridículos de 15%, sendo que já chegamos no melhor momento do Lula a 17%, e hoje estamos em 15% indo para 14%, isso é absolutamente insuficiente”, analisa.
Ciro tem como tese que hoje o Brasil ainda está obrigado a reagir às emergências, as fogueiras derivadas disso, como a da restauração da democracia. “O Brasil chegou a um ponto que estamos proibidos de crescer, o que explica as gravíssimas tensões políticas que estamos vivendo, porque o setor privado está com o seu passivo estrangulado e não há um centavo sobrando nos caixas para qualquer tipo de investimento.
Ao final, o palestrante rebateu a tese de que o país voltou a crescer nesse trimestre.
O vice-presidente da Febrafite, Lirando de Azevedo Jacundá, coordenou o painel. Na oportunidade, Jacundá agradeceu a participação do ex-governador do Ceará comentou brevemente sobre a atual crise política e alertou sobre a necessidade dos governantes de combaterem o desperdício de dinheiro público em milhares de obras abandonadas no país.
Por Francisca Azevedo | Febrafite
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